sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Abril e o Silêncio

A primavera mostra-se deserta.
A valeta, de um escuro aveludado,
rasteja ao meu lado
sem reflexos.

A única coisa que brilha
é o amarelo das flores.

Sou levado na minha sombra
como um violino
no seu estojo negro.

O que apenas quero dizer
tremeluz fora do meu alcance
como prata
em montra de casa de penhores.

Tomas Tranströmer

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