O POETA PSICOSSOMÁTICO
Há os poetas grandes, cimeiros, gigantescos, colossais, etc. Este de que vos falo era de tal forma titânico que precisava de um miradouro para poder contemplar a sua própria sombra. Era um poeta psicossomático.
Certo dia penetrou a amante com o seu olhar mais de poeta psicossomático e disse-lhe: a tua saliva é o adubo da minha voz. Nesse mesmo instante, a boca transformou-se-lhe num vaso cheio de terra e cresceram-lhe plantas nos dentes.
Do livro “Call Center”
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